O Brasil entrou em rota de desenvolvimento. Para assegurar sustentabilidade a esse processo, porém, é preciso que as oportunidades geradas pelo crescimento estejam ao alcance da população de mais de 50 milhões de brasileiros na faixa dos 15 aos 29 anos de idade.

O grande desafio que governos, empresas e organizações civis têm pela frente é fortalecer o círculo virtuoso da educação e do trabalho. Um quadro novo, ainda desconhecido, está se delineando no País e uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, patrocinada pelo Instituto Votorantim, vem contribuir para o planejamento nesse cenário, que aponta boas promessas, mas também urgência por respostas estratégicas.

Marcelo Neri, economista-chefe do Centro de Políticas Sociais (CPS), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, coordenador da pesquisa Educação e Emprego do Jovem, explica que o estudo tem como objetivo identificar o impacto da escolarização e programas de qualificação profissional no mercado de trabalho brasileiro com ênfase na inserção empregatícia da população jovem. Além deste diagnóstico inicial, buscamos mostrar a importância relativa do jovem na composição da renda familiar total e as principais tendências do mercado de trabalho, a fim de identificar as novas características e desafios do emprego juvenil.

A pesquisa, cujo pré-lançamento aconteceu no último dia 2 de setembro no Rio de Janeiro, foi pautada pelo foco estratégico do Instituto Votorantim em juventude e pretende colaborar com gestores públicos e da iniciativa privada que formulam políticas e programas voltados para os jovens no âmbito da educação e do trabalho. 

O Instituto Votorantim abraçou a causa da juventude desde a sua criação há cinco anos, tendo os dois temas da pesquisa - Educação e Trabalho - como prioridades, além de Cultura e Esportes. Em 2008, definiu sua atuação por rotas e uma delas - a do Trabalho - se caracteriza por iniciativas de amplo alcance, como é o caso do apoio à pesquisa da FGV (http://www3.fgv.br/ibrecps/vot/), da publicação da revista Onda Jovem (http://www.ondajovem.com.br/), voltada para educadores que formam jovens, e do patrocínio ao portal Busca Jovem (http://www.buscajovem.org.br/), em parceria com a rede do Gife, que promove a convergência entre a juventude e o mundo do trabalho.

O lançamento da pesquisa Educação e Emprego do Jovem completa, com dados atualizados pela Pnad 2007, acontecerá por ocasião da Semana do Empreendedorismo, em novembro, evento global do qual o Instituto Votorantim também é um dos patrocinadores.

Alguns dados sobre educação e trabalho
Entre 1992 e 2006, a média de anos de estudo de jovens de 15 a 21 anos ganha mais 3,1 anos, e de jovens de 22 a 29 anos, mais 2,5 anos. Para efeito de comparação, o grupo etário de 30 a 39 anos avança, no mesmo período de 14 anos, 1,7 anos de estudo. Avanço um pouco superior ao da média histórica brasileira de cerca de 1 ano de estudo por década. Portanto, os jovens avançaram nos estudos três vezes mais.

Do ponto de vista do mercado de trabalho, Marcelo Neri, economista-chefe do CPS, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, que coordenou a Pesquisa, explica que o período de 1992 a 2006, encerra duas realidades: de 1992 a 2003, em que a renda fica estagnada, e da posterior reversão trabalhista, de 2003 a 2006, em que a renda sobe 22,9%. Passamos da fase da crise do desemprego ao regime do apagão de mão-de-obra.

Segundo ele, já existem dados no Brasil que permitem ir além de 2006 e tratar o que era então futuro como observação passada. Nas seis maiores regiões metropolitanas, os jovens experimentaram aumento da renda do trabalho, aí incluindo-se o efeito dos novos postos de trabalho de 24,8% nos primeiros quatro meses de 2008, comparados ao mesmo período de dois anos atrás.

Dados do Caged (Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, revelam recordes das séries históricas de geração de emprego formal no País, aquele que se encontrava até há pouco tempo em processo de extinção gradual, observa Neri. Em 2007, tivemos 1,6 milhão de novos empregos formais, sendo 93% de jovens até 29 anos.
Para conhecer os dados da pesquisa, acesse o site http://www3.fgv.br/ibrecps/vot/.

A edição de setembro da revista Onda Jovem traz uma ampla abordagem das questões do trabalho para jovens no Brasil, baseada nos dados da pesquisa. Acesse o site: http://www.ondajovem.com.br/.

 

Fonte Notícias: Instituto Votorantim